quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Cordão Umbilical

Fechei as janelas para o mundo
quando no 1º suspiro...

soltei a sua mão...

Quando em braços alheios,
entreguei o seu sorriso,
seus passos, seu caminhar...

Abdiquei da minha essência,

quando vi na perda, no vazio,
a minha única solução...

Mas neste vão onde caminha o tempo...
reflete em mim,
sua lembrança,
sua eterna emoção...

Cínthia Macedo
29/09/2009
Poema escrito após entrevistar mães que abandonaram seus filhos. (TCC - documentário " Mães sem Filhos").

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Palavras...




As vezes brinco com as palavras. Afinal elas me libertam, fazem de mim, tudo aquilo que sou. E se para muitos, os meus versos tornam-se incompreensíveis...rs. Não há porque desvendá-los, eu simplesmente sinto...

Vazio

Com todo medo
Com todo amor
Com toda ingratidão

De onde vem o vento
Que bate em minha face...
Sinto saudades... até dos que estão perto...

Palavras vagas a definir,
as cicatrizes, tão intenso...
Não precisa fingir...

Pertubar para quê?
Sou movida pelo profundo...
O superficial, guarde para você...

"Quero apenas não ferir meu semelhante,
mas nem por isso quero me ferir"...

Cínthia Macedo
31/08/2009

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A poesia para 'Libra'


Equilíbrio

Estar não estando
no riso e no pranto.
Posso ir sem domínio dentro do possível.
Ser de si o oposto
sem deixar de ser
imóvel movente
que só por angústia
de tempo resvala
para achar o fluxo
do plectro em refluxo.
Pendente da sorte
do imã da força
dos próprios recuos, o pêndulo pende
mediante a tangência
de eflúvios
que estuam
adversos
à inércia.

Henriqueta Lisboa

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Frieza

Os teus olhos são frios como espadas,
E claros como os trágicos punhais;
Têm brilhos cortantes de metais
E fulgores de lâminas geladas.

Vejo neles imagens retratadas
De abandonos cruéis e desleias,
Fantásticos desejos irreais,
E todo o oiro e o sol das madrugadas!

Mas não te invejo, Amor, essa indiferença,
Que viver neste mundo sem amar
É pior que ser cego de nascença!

Tu invejas a dor que vive em mim!
E quanta vez dirás a soluçar: "Ah! Quem me dera, Irmã, amar assim!"

Florbela Espanca

Pequenos getos - Dia do amigo


Meus amigos são essências da minha vida. Por eles choro, por eles me encanto, por eles me encho de alegria...


Para alguns, chego até medingar por carinho, mas sei, que este mesmo amigo, quando me proporcionar um pequeno gesto, fará de mim o mais feliz e completo ser...


Agradeço aos meus poucos, porém grandes amigos!!!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

VIVER COM MEDO É VIVER PELA METADE...


Me disse uma grande amiga, uma vez...

O QUASE

Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase.É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Texto: Sarah Westphal Batista da Silva

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Carência

Minha alma sente a falta
O meu corpo sente a dor
dessa vida ameaçada
a viver sem teu amor

Não sei se vou buscar
ou se me escondo desse olhar
coração a procurar, a sentir e a gritar

Sei que tudo está aqui
Sei que nada eu senti
Sei até neste jardim
existe flores de jasmim

Por favor me compreenda,
Por favor vê se me entenda,
Sei talvez que eu seja visto,
inocente ou pervertido,

Mas meu breve coração,
tenho alma, tenho fé
e só quero ser feliz
seja aqui, ou seja alí

Cínthia Macedo
escrito em :31/10/2007

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Sempre bela - Ellis Regina


"Nessa hora e meia, a gente vai falando do jeito da gente. Os tempos da ingenuidade. Da desatenção. Do não saber de nada. Do susto que se tomou ao se conhecer quase nada. Dos tempos da quixotada. Dos restos de amadorismo. Do amadurecimento. Da raiva. Essas coisas todas que foram transformando a gente. Que hoje tem o mesmo riso, faz a mesma algazarra, gosta de cachaça, etc...Mas, que melhorou o jogo de cintura, aprimorou o físico, desenvolveu o faro. Além de ter aprendido a prender a respiração quando o cheiro não é dos melhores. O concerto é isso aí. Devagarinho vai se levando. Prá no final, a esperança ser posta na berlinda, de novo. Esperança de vida nova. Esperança que pinta, mas já com a certeza de que a gente tem que cavar. Tem que tomar, Na marra...rindo, se possível."
E como diria o meu querido amigo e sabio Filipe Macedo...e me disse Ellis Regina

Procuro o caçador de sonhos...


Breve amanhecer...

Com a presa, parte das coisas não existem mais
não é possível enxergar com magia
Atolados no estress do dia-a-dia...

A discórdia, insegurança, a batalha
ditam as regras, fazem escola,
são metas de vida...

As flores, já não exalam mais amor
O vento de tão rude, bate forte,
torna-se quase, A - M - E - A - Ç - A - D - O - R
Os passaros, voam sem direção...

Nesse breve amanhecer, o céu está cinza,
a vontade deu espaço a preguiça...
a agonia tomou conta, E - N - F - E - R - N - I - Z - A

Presos do outro lado do espelho,
a vida, a A - L - E - G - R - I - A
Não são mais sentidas...

Cínthia Macedo
escrito em 14/05/2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Ausência


Por muito tempo achei que a ausência é falta.E lastimava, ignorante, a falta.Hoje não a lastimo.Não há falta na ausência.A ausência é um estar em mim.E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,que rio e danço e invento exclamações alegres,porque a ausência, essa ausência assimilada,ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

O poder das palavras...

Só as palavras me libertam...

domingo, 3 de maio de 2009

Sonho Vago

Um sonho alado que nasceu um instante,
Erguido ao alto em horas de demência...
Gotas de água que também em cadência
Na minha alma tristíssima, distante...

Onde está ele o Desejado? O Infante?
O que há de vir e amar-me em doida ardência?
O das horas de mágoa e penitência?
O Príncipe Encantado? O Eleito? O Amante?

E neste sonho eu já nem sei quem sou...
O brando marulhar dum longo beijo
Que não chegou a dar-se e que passou...

Um fogo-fátuo rútilo, talvez...
E eu ando a proocurar-te e já te vejo...
E tu já me encontrastre e não me vés!...

Florbela Espanca

Razão

Se perder em vão
nessa ambiguidade
do amor e do ódio
do prazer e da realidade...

Que figura estranha,
que de dentro eu nego,
que no peito expande,
que da dor floresce...

Nasci da ilusão
do fogo ardente de uma paixão...
de peça em peça, na confusão...
descobri de novo a minha razão...

Cínthia Macedo
Poema escrito em 02/05/2007

Retomada


Passei meses longe dos meus versos, da minha poesia. Passei dias questionando o porque que escrevia. Passei tempos e tempos escondendo a minha arte...


Volto contente ao meu espaço, pois tranquila, volto ao expor minha verdade, minha essência, minha vida...